terça-feira, 8 de junho de 2010

VOCÊ CONFIA EM DEUS?



 Às vezes me surpreendo com algumas coisas que são vendidas pela Tv. Já dizia minha avó, do alto daquela sabedoria que só as avós têm, com a força de seu sotaque italiano que os muitos anos de Brasil não apagaram (graças a Deus), que “se vende, é porque há quem compre”. Mesmo assim, me surpreendo. Por exemplo: Como pode um serviço via celular responder se uma pessoa beija bem? Ou se aquela outra é o amor de sua vida? Pois existem serviços assim, juro. Você manda o nome da pessoa para um determinado número de celular e pronto! Logo ficará sabendo se o beijo é bom ou se a pessoa é mesmo sua ‘alma-gêmea’...
Se vende, é porque há quem compre. E quem compra, confia no produto/serviço anunciado. E confiar é uma coisa muito difícil. Não se confia tão cegamente assim. Acredita-se, é verdade. Mas acreditar não é a mesma coisa que confiar. Confiança vai além da crença, muito além. Confiança é um ato de fé. Não à toa, o salmista escreveu no capítulo 37, versículo 5, uma frase que traduz bem essa idéia: Entrega o teu caminho ao Senhor; confia Nele, e Ele tudo fará.
Não está escrito “acredita Nele”. Mas “confia Nele”. Então, acreditamos ou confiamos? Diante desta angústia secular, nada melhor que fazer um teste de confiança. Isso mesmo: um teste, igual àqueles encontrados nos almanaques para mulheres e que prometem ajudar na escolha do vestido certo, do vinho certo e até do homem certo. Com todo o respeito aos almanaques, e também respeitando os mais de 40 anos deste jornal, ocupo meu humilde espaço para ajudar neste momento de dúvida.
Portanto, basta responder às questões abaixo, marcar a alternativa que mais se aproxime de sua realidade (apenas uma para cada pergunta) e verificar a resposta, ao final deste artigo. Não vale ler as respostas antes, claro (aqui, então, eu terei que confiar em você).

Pergunta 1: Diante da morte de um ente querido, qual sua postura?
A)    Recorda que a lei de renovação atinge a todos e ajuda quem te antecedeu na grande viagem como o valor de tua renúncia e com a fortaleza de tua fé; sem esmorecer no trabalho – nosso invariável caminho para o triunfo.
B)     Converte a dor em lição e a saudade em consolo, porque, de outros domínios vibratórios, as afeições inesquecíveis te acompanham os passos, regozijando-se com as tuas vitórias solitárias.
C)    Acredita que Deus, a Suprema Sabedoria e a Suprema Bondade, não criaria a inteligência e o amor, a beleza e a vida, para arremessá-los às trevas.
Pergunta 2: Sendo vítima de uma desfeita qualquer por parte de teu próximo, você...
A)      ...Pratica a indulgência com o serviço fraterno em prol de quem errou, por saber que é um dos mais importantes caminhos para a sustentação da paz.
B)      ...Aprende a respeitar o próximo na insipiência da cultura ou do aperfeiçoamento, nos defeitos ou nas falhas com que ele ainda se te apresenta aos olhos.
C)      ...Recorda que Jesus jamais nos violentou nos dias de nossa ignorância maior e, esquecendo o fel da reprovação, usa a paciência e a bondade.
Pergunta 3: A vida às vezes se lhe apresenta muito difícil. O que você faz nos momentos de angústia, dor e sofrimento?
A)     Suporta corajosamente a dor que te acicata a alma, recordando que Deus, nosso Pai de Infinita Misericórdia, a ninguém desampara.
B)     Entrega-te à fé, refugia-te em Deus, pensa em Deus, confia em Deus e espera por Deus, porque, acima de todas tempestades e quedas, tribulações e desenganos, Deus te sustentará.
C)     Relembra o verbo iluminado da Codificação Kardequiana que afirma ser a dor uma benção que Deus nos envia.
Pergunta 4: Como você conversa com Deus?
A)     Elevando-se aos pés da Majestade Divina com humildade, com profundeza, num ímpeto de reconhecimento por todos os benefícios recebidos até àquele dia.
B)      Pedindo as graças de que necessitais, mas de que necessitais em realidade. Inútil, portanto, pedir ao Senhor que vos abrevie as provas, que vos dê alegrias e riquezas.
C)      Rogando ao Senhor que vos conceda os bens mais preciosos da paciência, da resignação e da fé. 






Se você respondeu “a”, “b” ou “c” para todas as questões, parabéns! Todas elas foram escritas por espíritos diversos, desde Monod (em O evangelho segundo o espiritismo) até Emmanuel e outros amigos espirituais, em obras consultadas acerca dos assuntos tratados nas perguntas. Por outro lado, ao respondê-las, você apenas provou que sua confiança não está tão firme como deveria, pois quem confia em Deus não precisa de um teste qualquer para comprovar, não é mesmo?
Onde está a vossa fé? Desta vez, a pergunta é de Jesus (em Lucas, 8:25). E sem múltipla escolha na resposta. 
Mesmo porque ainda não inventaram um serviço de celular que responda a esta questão.

Um comentário:

Ricardo Alves da Silva disse...

Acredito que os 40 anos do Correio Fraterno só fica valorizado com abordagens atípicas, como a presente, sobre um assunto tão relevante.

O Deus entendido graças à Doutrina Espírita, infinitamente justo e bom, não guarda similaridade com qualquer outro que reflita as imperfeições humanas. Portanto, a confiança que temos nEle não tem origem em medo de punições ou expectativa de recompensas, pois isso não é confiança, mas sim negócio.

A confiança em Deus é conquista da interiorização efetiva do conhecimento espírita, conquista relevante que muitos de nós que atuamos no movimento espírita ainda não conquistamos (me incluo aí), mas trabalhamos para chegar lá...

É confiar (ou ver) para crer!

Grande Abraço!